OHV, OHC, SOHC e DOHC -Entenda os tipos de trem de válvulas

As montadoras sempre inventam formas de chamar nossa atenção na hora de vender um carro, parece que quanto mais letrinhas e siglas depois do nome do modelo, mais tecnológico este deve ser.

Essas siglas, muito comuns de serem vistas nas tampas de válvulas ou nas capas de proteção dos motores em modelos mais sofisticados nos indicam basicamente qual é o tipo de acionamento dos trens de válvulas deste motor.

Desde que o automóvel foi inventado, os engenheiros e desenvolvedores sempre buscam por maior desempenho, maior economia e menor emissão de poluentes de seus modelos. O cabeçote, por ser um componente chave no desempenho do motor, esta sempre em constante evolução, buscando sempre a melhor eficiência nos fluxos de gases.

Neste artigo, vamos entender cada um dos modelos.

OHV – Over-Head Valves ou Válvulas no Cabeçote

Sim, houve um tempo em que as válvulas não eram montadas no cabeçote, e sim em janelas laterais ao bloco, porém não iremos abordar esse assunto nesse artigo. Um cabeçote OHV possui válvulas no cabeçote, comando no bloco que aciona os balancins muitas vezes por meio de varetas, geralmente em motores de concepção mais antiga, esse arranjo pode ser visto em motores de Opala, Fusca, V8 americanos e motores de caminhonetes.

Desenho válvula OHV.

SOHC e OHC – Single Over-Head Cam ou Comando único no cabeçote

A diferença principal deste arranjo está no posicionamento do comando, ele deixa de ser no bloco e passa a ser montado no cabeçote, acionando as válvulas sem a necessidade de varetas. O sincronismo deixa de ser via engrenagem e passa a ser via correia ou corrente, na maioria dos casos.

Este arranjo possui uma limitação que é a localização da vela de ignição, que fica limitada a posições inclinadas, para livrar o comando bem no topo do cabeçote.

Desenho válvulas OHC e SOHC.

DOHC – Double Over-Head Cam ou Duplo comando de válvulas no cabeçote

É o mais eficiente dos arranjos por ter acionamento de válvulas simples, direto pelos comandos, e válvulas opostas; como são dois comandos, sobra o espaço no meio para o posicionamento perfeito da vela, no centro da câmera com geralmente quatro válvulas por cilindros.

Foi criado em 1912. No início, usado em competições, até que seu uso nas ruas foi se popularizando a partir dos anos 1970, e hoje são praticamente universais.

Desenho válvula DOHC.

Contudo, ainda existe uma limitante enorme nessa equação. O comando de válvulas possui um perfil fixo de acionamento que irá privilegiar faixas de rotação médias na maioria dos casos, fazendo com que o carro tenha uma curva de torque menor em baixas rotações e uma limitante de fluxo em altas rotações. As montatores desenvolvem a todo tempo formas de deixar esse perfil de abertura mais amplo possível, para que os motores tenham bom rendimento em uma alta gama de rotações, é o caso do V-Tec da Honda, dos GSE com seu sistema Multair da Fiat e até mesmo de motores que não precisam de comando como o motor Free Valve desenvolvido por Christian Von Koenigsegg, que usa atuadores pneumáticos independentes, eliminando toda a “mecânica” de sincronismo e perfil de levante, abrindo um leque inimaginável de possibilidades.